10 julho 2011

Pottermaníaco


Eu tenho a vaga lembrança quando em 2001, no extinto Cinema Colossal, eu ouvi, pela primeira vez, o jingle de Harry Potter e a Pedra Filosofal acompanhado do frenesi dos fãs de carteirinha que, ansiosos por novos livros da série (os três derradeiros ainda haveriam de ser publicados), preparavam-se para julgar aquele grande e promissor lançamento. Naquela época, a expectativa de sucesso estava dividida com o receio dos produtores em falhar ao estabelecer uma franquia rentável nos cinemas.

Duvido que os produtores anteciparam a importância da série para o cinema graças ao quase que religioso novo lançamento ao ano (apenas Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte I quebrou esta regra) somado a manutenção de todo o elenco, principalmente os mais jovens que envelheceram gradualmente e dominaram a alma dos ricos personagens daquele universo. No último quesito, somente o saudoso Richard Harris não pode assistir o desfecho da franquia, cedendo após a sua morte a sabedoria e as longas barbas de Dumbledore para o ótimo Michael Gambon.

A verdade é que dificilmente veremos um comprometimento e empenho como àquele visto na saga do famoso bruxinho, desde seu início mágico até os momentos mais sombrios que antecedem o lançamento mundial do capítulo final. Uma franquia com 10 anos de idade que viveu momentos infantis e fantásticos com Chris Columbus, foi ousada com Alfonso Cuarón ou romântica com Mike Newell, e finalmente atingiu a plena maturidade no clima conspiratório e sombrio imposto por David Yates. Sobretudo, uma franquia regular que, embora tenha diluído e transcrito o conteúdo dos livros sem inová-lo, o fez com coração e respeito a uma legião de fàs, e principalmente, ao bom cinema.

Nunca fui leitor dos livros de J. K. Rowling, porém me tornei um Pottermaníaco como centas de milhares de outros após 7 longas metragens. A sexta-feira 15 de julho, portanto, será histórica e inesquecível; um dia de orgulho e também de tristeza. De aplaudir de pé e de engolir seco. Pois, muito embora eu não possa prever se Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 será o desfecho apropriado para a série, eu não posso ignorar que a franquia é sim um trunfo do cinema... e sua ausência nos cinemas anualmente será brutalmente sentida.

E eu aguardo, ansiosamente, para começar a digitar as primeiras palavras da última crítica desse bruxo.

Márcio Sallem



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