01 junho 2011

ALICE NO PAÍS DA PEDOFILIA NO TEATRO ARTHUR AZEVEDO


Uma peça que mostra o retrato da pura realidade do mundo das crianças e adolescentes que são explorados por adultos, um clamor pela justiça, pela vida e principalmente pela infância digna. É muito difícil escrever um texto nesse nível sem ficar emocionado ou até chorar, ainda mais quando assistimos essa apresentação e observamos que existe sem dúvidas “monstros” em nossa casa, rua, escola no BRASIL-MUNDO!

Dia 25 de maio no Teatro Arthur Azevedo, São Luís assistiu mais que uma simples apresentação de teatro (poderia até ser simples, mas não era), simplesmente ficou em alerta com informações, essas passadas em formas de musical ou poemas, performances ou gestos com som ou sem som. Enfim tudo era ligado a um único assunto Alice no País da PEDOFILIA.

Um lugar sombrio, com brinquedos quebrados, fotos censuradas, desenhos estranhos, e seus moradores são vendados com aparências desfalecidas e amarguradas. Alice depois de conhecer uma boneca que lhe mostra toda realidade deste submundo, aprende tudo sobre pedofilia, exploração sexual, como ocorre, quem e onde estão os exploradores e claro principalmente onde pedir ajuda, órgãos responsáveis e o que a família deve fazer para tirar este menor do país da pedofilia. (texto retirado da sinopse da peça)

Observei que tinham pessoas na platéia chorando, desde o inicio da peça, e como eu falei no inicio não tem como não ficar emocionado com tudo isso.

Durante essa apresentação fiquei sabendo que várias histórias já são comprovadas a violência infantil, passada de geração a geração, perpetuadas pelos seus autores. Com O País da Pedofilia os atores têm HOJE essa oportunidade em educar e avisar.

Tem algo interessante da peça que vale ser lembrando, o personagem do Vander Ferraz (Pedrófilo Prazeres) deixou claro que na maioria desses casos de crianças violentadas é porque alguém da família não deu atenção e amor, gente crianças e até adultos querem amor, querem ter atenção se VOCÊ não consegue mostrar carinho ou seus filhos não recebem atenção eles vão procurar fora, alguém que possa entender, muitos casos (assim mostrados também na peça) como ficar trancado em um quarto por conta de castigo pode ser MUITO PIOR que ficar na sala da casa, pois a pessoa ou a criança vai ficar presa naquele mundo chamado INTERNET, e aquela pessoa que se encontra do outro lado do computador que vai entender seus filhos, depois vão sair e depois...só Deus sabe.

Veja entrevista com Jully Moura- diretora do espetáculo, Vander Ferraz (Pedrófilo Prazeres) e Jéssica Monteiro (Alice Lindell).


Jully Mourão :




Jéssica Monteiro (Alice Lindell):




Vander Ferraz (Pedrófilo Prazeres) :


Muitos contos infantis têm vestigios de exploração infantil acobertado, como a história de Peter Pan: um país que é proibido crescer, “A terra do Nunca” onde todos são eternamente crianças. A Chapeuzinho Vermelho “enganada” pelo Lobo Mau, tendo sua primeira versão um conto erótico. Rapunzel trancada e castigada pela madrasta. A Cinderela também explorada pela madrasta e irmãs. João e Maria atraídos pelos doces são alimentados e enganados pela bruxa para serem “devorados” por ela. E claro, Alice no País das Maravilhas, onde a mesma crescia e diminuía sem perder sua característica infantil, podendo mudar tudo com sua imaginação. E os adultos eram cartas descartáveis.


Fotos: Gustavo Vinhas
Texto: Baseado com o release da peça.
FICHA TÉCNICA

Texto e Direção: Jully Mourão
Colaborador Teatral: Ricardo Cunha
Figurinos e Cenários:  Jully Mourão
Coreografia: Jully Mourão
Iluminação:  Darcy Souza
Maquiagem:  Irla Carina
Fotografia: Gustavo Vinhas
Preparação Corporal: Antunes Neto
Elenco: Camila Mendes (Boneca), Jéssica Monteiro (Alice Lindell),
 Igor Melo (Criança), Lukas Cordeiro (Criança), Mayara Maluf (Criança) e Vander Ferraz (Pedrófilo Prazeres)

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